terça-feira, 24 de julho de 2007

Águia ou Galinha


Era uma vez um camponês que foi à floresta apanhar um pássaro para mantê-lo cativo em sua casa. Conseguiu pegar um filhote de águia. Colocou-o no galinheiro junto das galinhas. A águia comia grãos de milho e ração própria para galinhas, embora fosse a rainha de todos os pássaros. Depois de cinco anos, este homem recebeu em sua casa a visita de um naturalista que, ao ver aquela maravilhosa ave disse:
- Esse pássaro aí não é galinha. É uma águia.
- De fato - disse o camponês - é uma águia. Mas eu a criei como galinha. Ela não é mais uma águia. Transformou-se em galinha como as outras, apesar das asas de quase três metros de envergadura.
- Não - retrucou o naturalista - Ela é e será sempre uma águia. Pois tem um coração de águia. Este coração fará essa águia um dia voar às alturas.
- Não, não - insistiu o camponês - virou galinha e jamais voará como águia.
Então, decidiram fazer uma prova. O naturalista tomou a águia, ergueu-a bem alto e, desafiando-a, disse:
- Já que você de fato é uma águia, já que você pertence ao céu e não à terra, abra suas asas e voe! A águia pousou sobre o braço estendido do naturalista. Viu as galinhas lá embaixo, ciscando grãos. E pulou para junto delas. O camponês comentou:
- Eu te disse, ela virou uma simples galinha!
- Não - tornou a insistir o naturalista - ela é uma águia. E uma águia será sempre uma águia. Vamos experimentar novamente amanhã.
No dia seguinte, a águia também não voou. No outro também não. Assim, foram vários dias até que, certa manhã, o naturalista e o camponês levantaram bem cedo.
Pegaram a águia, levaram-na para fora da cidade, longe das casas dos homens, no alto de uma montanha. O naturalista ergueu a águia para o alto e ordenou-lhe:
- Águia, já que você é uma águia, já que você pertence ao céu e não à terra abra suas asas e voe! A águia olhou ao redor. Tremia como se experimentasse nova vida. Mas não voou. Então, o naturalista segurou-a firmemente, bem na direção do sol, para que seus olhos pudessem encher-se da claridade solar e da vastidão do horizonte.
Nesse momento, ela abriu suas potentes asas, ergueu-se, soberana, sobre si mesma. Começou a voar, a voar para o alto, a voar cada vez mais alto. Voou. Voou. Até confundir-se com o azul do firmamento, mostrando que não havia perdido sua essência .
E você, já permitiu que alguém te privasse de sua essência? Tem sido águia ou galinha? Abra suas asas e voe!!!

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