terça-feira, 17 de julho de 2007

Doador de órgãos

Mensagem de um doador de órgãos anônimo

Não chamem o meu falecimento de leito da morte, mas de leito da vida.
Dêem minha visão ao homem que jamais viu o raiar do sol, o rosto de uma criança o amor nos olhos de uma mulher.
Dêem meu coração a uma pessoa cujo o coração apenas experimentou dias infindáveis de dor.
Dêem meu sangue ao jovem que foi retirado dos destroços de seu carro, para que ele possa viver e ver os seus netos brincarem.
Dêem os meus rins as pessoas que precisam de uma máquina para viver de semana em semana.
Retirem os meus ossos, cada fibra e nervo do meu corpo e encontrem um meio para fazer uma criança inválida caminhar. Explorem cada canto do meu cérebro.
Retirem minhas células se necessário, e deixem-nas crescerem para que um dia um menino mudo possa ouvir ou gritar em momento de felicidade ou uma menina surda possa ouvir o barulho da chuva de encontro á sua janela.
Queimem o que restar de mim e espalhem as cinzas ao vento para que ajudem as flores brotarem.
Se tiverem que enterrar algo, que sejam meus erros, minhas fraquezas e todo o mal que fiz aos meus semelhantes.
Dêem meus pecados ao diabo.
Dêem minha alma a Deus.
Se por acaso desejarem lembrar-se de mim, façam-no com ação ou palavra amiga a alguém que precise de você.
Se fizerem tudo o que pedi estarei vivo para sempre.

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